Fauna
O Castelo de S. Jorge é habitat e refúgio de muitas espécies faunísticas como as aves que procuram este lugar alto, povoado de vegetação mediterrânica, solarengo, sossegado e com bons ares, para nidificar mas também outros animais de que destacamos os morcegos.
Aves
Pavões
Sobrevoam os céus do castelo o pombo doméstico, o melro, a rola-turca, o pardal, o periquito de colar e o chapim Real.
Mas é o pavão indiano, o pavu cristatus – uma espécie exótica que se caracteriza por machos de pescoço azul muito brilhante e com um leque extraordinariamente bonito que utilizam para os rituais de acasalamento -, a espécie mais abundante.
Originários da Índia, onde são cultuados, os pavões foram (e são) muito apreciados na Europa, como ave exótica, e integraram as coleções zoológicas dos reis e da nobreza ao longo dos tempos.
Os pavões vivem, dormem e acasalam nos imensos pinheiros mansos e nos arbustos que pontuam a paisagem.
A coleção, que todos os anos aumenta, é constituída, na atualidade, por cerca de 40 indivíduos que são acompanhados e monitorizados por uma equipa de cientistas, ao longo de todo o ano: fazem-se contagens, visitas de acompanhamento, análises, desparasitagem regular e colocam-se micro chipes em todos os bebés que nascem entre abril e maio.
O tema da alimentação é extremamente importante. Sabemos que, na natureza, os pavões podem comer pequenos insetos, frutas e sementes. Para os animais que vivem em semicativeiro, os cientistas estudaram uma dieta apropriada para que estas espécies se mantenham no melhor estado de saúde.
É muito importante que não se dê alimentação humana aos pavões pois não é saudável e pode até provocar a sua morte prematura.
Ajude-nos a cuidar do património natural!
Morcegos
No Castelo de S. Jorge, ao anoitecer, várias espécies de morcegos sobrevoam as muralhas, as torres, a barbacã e o fosso.
Os morcegos têm um importante papel no controlo de pragas e de doenças, uma vez que consomem grandes quantidades de insetos voadores alguns dos quais causam prejuízos à agricultura e às florestas e outros são transmissores de doenças. Estes animais desempenham um papel muito relevante no funcionamento dos ecossistemas.
Acompanhados por biólogos e com a ajuda de um detetor de ultrassons, o visitante pode participar numa visita noturna orientada pelos biólogos da Biota que desmistifica mitos e lendas que ainda hoje os envolvem numa aura de mistério.
Espécies existentes no Castelo de S. Jorge:
O morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hiposideros), espécie ameaçada (Vulnerável), cavernícola que ocorre em minas e grutas, mas também em edifícios abandonados. Alimenta-se de pequenos insetos noturnos (mosquitos e borboletas) que apanha em voo em áreas florestadas.
O morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus), espécie fissurícula que se abriga em fissuras de edificações, ou de baixo de telhas, mas que pode ocorrer também em pontes, minas, grutas e fissuras de árvores. Alimenta-se de todo o tipo de insetos noturnos que caça frequentemente junto a postes de iluminação.
O morcego-pigmeu (Pipistrellus pygmeus), forma colónias de algumas centenas ou milhares de indivíduos que se abrigam em edifícios. Pode também ocupar caixas-ninho, cavidades em árvores, pontes e fendas nas rochas. Alimenta-se sobretudo de insetos aquáticos que apanha em voo junto a linhas e planos de água.
O morcego-orelhudo-cinzento (Plecotus austriacus), espécie fissurícula que se abriga sobretudo em fissuras de edificações. Alimenta-se sobretudo de borboletas noturnas que caça em voo em vales e planícies, em zonas agrícolas ou prados.
O morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii), espécie ameaçada (Vulnerável), cavernícola e colonial que hiberna em grutas, minas e tuneis. Alimenta-se de borboletas noturnas que caça próximo do abrigo, em áreas abertas, incluindo zonas urbanas e linhas de água.
O morcego-rabudo (Tadarida teniotis), espécie fissurícula que se abriga em fissuras em escarpas, pontes, grutas e na fachada de edifícios. Alimenta-se de borboletas noturnas que caça em voo sobre florestas, cidades, áreas agrícolas e corpos de água. Caça geralmente em voos altos, desde os 10 aos 300 m de altitude e pode atingir os 65 km/h.