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A História

Edifícios Desaparecidos

Paço Real – Conquista de Lisboa aos Mouros, séc. XVIII, S. Vicente de Fora 2021 © Sergiy Scheblykin
O Hospital
Prato do Hospital
2020 © Castelo de São Jorge

Hospital dos Soldados

A primeira referência à existência de um hospital dos soldados no Castelo de S. Jorge, data de 1587, o período da dominação castelhana, tendo ficado conhecido como Hospital dos Soldados, Hospital de S. Filipe e Santiago, ou Hospital dos Castelhanos.

Foi com D. João IV, em1641, que a administração e organização dos reais hospitais militares foi concedida à Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, não obstante os Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus já estarem referenciados, na assistência hospitalar no Castelo de S. Jorge, desde as últimas décadas de quinhentos. 

Embora o edifício já não exista, os seus alicerces foram identificados durante as campanhas arqueológicas, e pode-se, hoje em dia, observar-se algumas das suas estruturas na área contígua à atual Porta de S. Jorge, junto ao pavilhão do Caminho de Ronda, entre a Rua do Recolhimento e a muralha da alcáçova que dá para o Chão da Feira.

Era comum os edifícios assistenciais situarem-se nas imediações das fortificações, inseridos na malha urbana envolvente, como é o caso do hospital do Castelo de S. Jorge.

O edifício foi objeto de várias obras de remodelação e ampliação. Sabemos, pela documentação e, nalguns casos, comprovado pela arqueologia, que dispunha de um edifício assistencial com enfermarias, capela, uma necrópole (ou campo santo cercado), com oratório, botica, para além das áreas de serviço, como a cozinha, a cisterna ou as latrinas.

Em 1716, o Real Hospital Militar de Nossa Senhora da Conceição, como se designava nessa altura, dispunha de 40 camas, ou seja, era um dos maiores hospitais reais militares a nível nacional.

O terramoto de 1755 ditou a sua ruína. Foram encontrados, nos seus escombros, pavimentos queimados e paredes estaladas, bem como uma série de objetos de carácter hospitalar, alguns deformados pelo fogo, que se encontram expostos no Núcleo Museológico. Dentre muitos objetos encontrados destacamos a coleção de cachimbos importados da Holanda e de Inglaterra.

O Quartel
Descrição da imagem: fotografia a preto e branco do Páteo dos Caçadores. © Portugal, Eduardo. 1900-1958
Páteo dos Caçadores, 7 (1900-1958)
© Eduardo Portugal

O Quartel

A transformação do conjunto edificado – Castelo e Paço Real – em quartéis, deve remontar ao período que se seguiu à união dos reinos de Portugal e de Espanha, em 1580.

Serviu de assentamento militar às tropas comandadas pelo Duque de Alba, D. Fernando Álvarez de Toledo e Pimentel, e é vasta a correspondência trocada entre este e D. Filipe II, sobre vários aspetos do aquartelamento no Castelo de S. Jorge e sobre a proteção que devia ser dada aos documentos do reino guardados na Torre do Tombo.

Desconhece-se, contudo, como seria a arquitetura deste complexo militar.

É no período que se seguiu ao terramoto de 1755 que grande parte do espaço ocupado pelo Castelo Medieval e pelas ruínas do antigo Paço Real vai ser integrado num novo conjunto de edifícios destinados a quartel.

Sabemos que as edificações, demolidas em 1938-40, correspondiam a um conjunto de edifícios onde estavam instaladas várias unidades militares: espaços distintos para oficiais, praças e soldados, alas nobres para oficiais superiores, cadeia militar, hospedaria e outros espaços para unidades em trânsito, depósitos de materiais e paióis de pólvora, espaços de treino e paradas, armazéns, cozinhas e casernas, entre outros.

Palácio dos Bispos
Descrição da imagem: fotografia de parte da ruína do Palácio dos Bispos no Núcleo Arqueológico. © Fernando Guerra
Palácio dos Bispos
© Fernando Guerra

O Palácio dos Bispos

O antigo paço episcopal, deve ter sido construído sobre edificações de época islâmica.

Os terrenos foram doados por D. Afonso Henriques a D. Gilberto, Bispo de Lisboa, após a conquista de Lisboa, em 1147.

Ao longo dos séculos, os Bispos promoveram obras que nem sempre geraram consenso. Recordamos a polémica entre o Arcebispo D. Pedro de Noronha e a Câmara de Lisboa, em 1439, por causa de uma obras que promovera nos paços apropriando-se de muros e cubelos da fortificação junto à porta do Moniz, passando a controlar aquela importante via de acesso à cidade. O Arcebispo foi obrigado a repor a situação original.

As estruturas descobertas pelos arqueólogos, e que têm sido identificadas como pertencentes ao Paço dos Bispos, parecem corresponder a um grande edifício objeto de sucessivas remodelações ao longo dos séculos XII, XIII, XIV e XV. Não temos a certeza de se tratar do Palácio, nem foi possível determinar a área de implantação ou a sua evolução, ao longo dos tempos.

Sabe-se, com certeza, que, no século XV, os ditos paços dos Bispos, na alcáçova, eram constituídos por várias casas, grandes e pequenas, com zonas de logradouros e pomares, ou seja, um complexo de edificações que ocupavam a área mais a nascente do castelo, contígua à igreja de Santa Cruz do Castelo.

Palácio dos Conde