Flora
Teriam os castelos, antigamente, tantas árvores no seu interior e em seu redor como acontece hoje? Não, porque se tivessem, e em caso de assédio, o inimigo conseguiria conquistar a fortaleza com muita facilidade.
A arborização do Castelo de S. Jorge só aconteceu no período que se seguiu aos anos 40 do século XX, quando o monumento perdeu definitivamente a sua função militar e se efetuaram grandes obras que lhe conferiram o aspecto que tem hoje em dia.
Com a sua abertura ao público houve necessidade de criar espaços ajardinados que o enquadrassem e que proporcionassem, a quem visitasse, zonas de lazer e de conforto ambiental.
O Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles projetou, nos 50 do século passado, um jardim que se integrasse no ambiente da colina, de forma sustentável, e se constituísse como ponto de referência de toda a cidade.
Com a colaboração do Engenheiro Agrónomo Pulido Garcia o espaço foi gradualmente sendo pontuado de espécies arbóreas maioritariamente autóctones como as oliveiras (olea europaea var. europaea), os pinheiros-mansos (pinus pinea), o sobreiro (quercus suber), a laranjeira (citrus x sinensis), o cedro-do-Buçaco (cupressus lusitanica), a alfarrobeira (ceratonia siliqua), a Amoreira (morus nigra) e o cipreste (cupressus sempervirens).
Outras espécies como é o caso da paineira (ceiba speciosa) ou do jacarandá (jacaranda mimosifolia), existentes na Praça de Armas, são indubitavelmente forâneas. São oriundas da América do Sul e o seu tipo de copa contrasta intensamente com o copado dos pinheiros-mansos. São duas árvores de valor paisagístico excecional porque na época da floração apresentam um intenso colorido.
Deste projeto faz ainda parte um conjunto de plataformas com o duplo objetivo de suster o ímpeto das águas, nas zonas mais declivosas, e de permitir uma descida quase apoteótica em direção à extraordinária vista panorâmica sobre o rio Tejo.