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Educação - Conteúdo Pedagógico

Edifícios Desaparecidos

<strong>QUARTEL DOS CAÇADORES</strong>
Pateo Caçadores
Eduardo. 1900-1958

Entre os finais do século XVI até às primeiras décadas do século XX o Castelo de S. Jorge foi ocupado por guarnições de soldados. Organizados em várias unidades, com dezenas ou centenas de soldados cada uma, foi necessário adaptar os edifícios já existentes e construir outros, de novo, para albergar todos os militares. Por isso, a partir se certa altura, o Castelo de S. Jorge, identificado como o espaço onde vivia o rei, o alcaide, alguns nobres e militares e outros funcionários, passou a ser conhecido por quartel do castelo. 

O quartel do castelo era mais um conjunto de edifícios construídos ao longo de épocas diferentes, do que um edifício único construído de uma só vez.  Este conjunto de edifícios, encaixados uns nos outros e sobrepostos a uma parte do castelo, foram demolidos no século XX, entre os anos de 1938-40, quando se fizeram grandes obras de restauro para libertar o castelo das construções que o escondiam. 

O quartel do castelo tinha diferentes tipos de espaços. As casernas, isto é, as habitações onde os soldados dormiam e comiam, que ficavam nuns casebres que ladeavam as muralhas, no interior do castelejo. As paradas, que eram os espaços exteriores onde os soldados podiam fazer ginástica ou onde se punham todos em fila para serem contados. Os armazéns para materiais, como as espingardas, e o paiol de pólvora. A hospedaria para os militares que estivessem de passagem. Ou a prisão, onde ficavam os soldados inimigos apanhados, os soldados que tivessem desertado (fugido) porque não gostavam de guerras, e outros que tivessem cometido qualquer outro crime.

<strong>HOSPITAL DOS SOLDADOS</strong>

No Castelo de S. Jorge existiu um hospital de soldados que foi criado, no final do século XVI, pelo rei Filipe I. Por ter sido criado no tempo em que Portugal era governado pelos reis de Espanha, foi conhecido, durante muito tempo, por hospital dos castelhanos. Desde essa altura, até ao século XIX, houve sempre um hospital de soldados no Castelo de S. Jorge. 

O hospital foi gerido durante os séculos XVII e XVIII por uma ordem religiosa, que tinha por missão dar assistência aos doentes, em especial a doentes soldados, que se chamava Ordem Hospitaleira de S. João de Deus. Os Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus foram a maior organização religiosa a dedicar-se à assistência e tratamento de militares.

Sabemos onde estava localizado o hospital dos soldados porque os arqueólogos encontraram as ruínas do hospital e muitos objetos que ficaram preservados nos escombros do terramoto de 1755. Alguns desses objetos estão expostos no Núcleo Museológico, como as bacias, lamparinas ou pratos, alguns deles deformados pelo calor do fogo que houve a seguir ao terramoto.

<strong>CASA PIA DE LISBOA</strong>

Após o grande terramoto de 1755 surgiram vários problemas económicos e sociais na cidade de Lisboa. Para resolver algumas dessas questões, o intendente-geral da Polícia, Diogo Inácio de Pina Manique, fundou em 1780 a Real Casa Pia de Lisboa, uma instituição de assistência que foi instalada no Castelo de São Jorge. A Casa Pia tratava não só de meninos órfãos e abandonados, mas também de mendigos e vadios, dando-lhes abrigo e tratando da sua educação. A Casa Pia funcionou no Castelo até 1807, quando as tropas francesas que invadiam Portugal sob o comando de Junot se instalaram no local.