D. Afonso Henriques
D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal (1139-1185), empreendeu em 1142 um primeiro ataque a Lisboa, ajudado por cruzados, mas fracassado.
É preciso esperar por 1147 para, após a conquista de Santarém, em março, Lisboa cair finalmente nas mãos dos cristãos, em outubro. Auxiliado por cruzados oriundos de várias partes da Europa (Inglaterra, Normandia, Flandres, Boulogne-sur-Mer, Colónia e outras partes da Germânia), e que tinham como destino os lugares santos da Palestina, no âmbito da Segunda Cruzada, o rei atacou a cidade num momento de particular vulnerabilidade (com a desagregação do império almorávida que ocorria na Península Ibérica e no Magrebe), tendo o cerco durado praticamente quatro meses e culminado na capitulação dos muçulmanos de al-Ushbuna, possibilitada pela falta de víveres e pela abertura de uma brecha na muralha por parte dos cruzados.
Concertada a rendição, a 21 de outubro, as portas abriram-se para os cristãos quatro dias mais tarde, seguindo-se os saques e violências habituais da guerra, bem como a consequente reorganização dos espaços e das gentes que habitavam a cidade. No dizer do presbítero anglo-normando Raul, autor da mais conhecida fonte coeva sobre o cerco de Lisboa (o De Expugnatione Lyxbonensi), um contingente de 300 homens (140 anglo-normandos e 160 colonienses e flamengos) ocupou pacificamente a cidadela, tendo posteriormente o rei caminhado pelas muralhas da Alcáçova.
Na praça de armas do Castelo de São Jorge ergue-se, desde 1947, uma cópia da estátua de D. Afonso Henriques da autoria de Soares dos Reis, inaugurada em Guimarães, em 1888.