D. João I
D. João I, Mestre de Avis, regedor e defensor do reino, foi aclamado rei em 1385.
Nascido e criado em Lisboa, o laço afetivo com a cidade desenvolveu-se cedo. Durante a crise dinástica, foi entre as gentes de Lisboa que se contaram os principais partidários da causa independentista portuguesa.
Em 1383, o Castelo de Lisboa estava ainda entregue a um alcaide do partido castelhano, que se barricou na fortificação durante o levantamento popular. Para o capturar, foi feita uma investida sobre os muros e o fosso tapado. Após ameaças e negociações, o alcaide entregou-se.
Em consequência, o castelo foi reformado e mandadas retirar as portas que davam para a cidade. É muito provável que se tenham sucedido mais alterações, como a construção da barbacã, a muralha mais baixa e anterior ao muro principal.
Na prática governativa, D. João I reforçou a aliança entre Portugal e Inglaterra, pelo casamento com D. Filipa de Lencastre e a assinatura do Tratado de Windsor. Cresceu a presença britânica no reino, ditando a adoção portuguesa de São Jorge (o santo patrono de Inglaterra) como protetor do reino e do exército e, presumivelmente, como orago do Castelo de Lisboa.
A corte joanina demorava-se frequentemente em Lisboa, pelo que o Paço Real da Alcáçova recebeu obras de beneficiação.
Em 1424, nele se celebrou, sumptuosamente, o casamento de D. Isabel, filha de D. João I, com Filipe, o Bom, duque da Borgonha. Será nesse paço, junto ao Castelo, que D. João I morrerá, em 1433; o mesmo palácio em que o sucessor, D. Duarte, será aclamado.