Agenda
Descrição da imagem: fotografia a preto e branco, numa perspectiva de baixo para cima, de vários militares a andar sobre calçada portuguesa com um motivo em ziguezague, uma representação clássica do ondular do mar, a preto e branco, calcetada na parada militar do quartel que então existia no castelo.

Data

Abr 15 2023
Expired!

Hora

17:00 - 19:00

O Castelo de São Jorge na génese da Calçada Portuguesa

No dia 15 de abril, às 17h, a Sala Ogival do Castelo de São Jorge, acolhe a palestra “O Castelo de São Jorge na génese da Calçada Portuguesa”, promovida pela Associação da Calçada Portuguesa.
Foi no Castelo de São Jorge que surgiu a calçada portuguesa tal como hoje a conhecemos aplicada em espaços exteriores e em grande escala.

A paternidade deste tipo de calçada em Portugal está atribuída ao tenente-general Eusébio Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado (1777-1861), então governador de armas do Castelo de S. Jorge, que é considerado o seu “inventor”. Certamente conhecedor de técnicas de construir pavimentos e do mosaico romano, Pinheiro Furtado, em 1842, concebeu um motivo em ziguezague, uma representação clássica do ondular do mar, a preto e branco, para calcetar a parada militar do quartel que então existia no castelo. Para o executar recorreu à mão-de-obra dos prisioneiros que tinha à sua guarda que, por trabalharem com uma corrente atada ao tornozelo, eram conhecidos por grilhetas.

Foi tal o sucesso que, em 1844, o município providenciou meios para a calçada se estendesse a outros pontos da cidade, destacando-se, em 1848, o Rossio. Aqui, a representação do mar transmutava-se da rigidez geométrica do ziguezague na ilusão óptica do ondular do motivo Mar largo que até 1919 haveria de definir a paisagem urbana da praça, reposto com menos fulgor na viragem do milénio. Porém, já se havia instalado em outras paragens longínquas, em Manaus e no Rio de Janeiro. Desta última virou símbolo e alagou outras paisagens urbanas do Brasil. Espraiou-se também por paragens africanas e asiáticas e mesmo por Portugal.

A palestra, evocativa da primeira grande calçada portuguesa cujo impacto na opinião pública contribuiu para alterar drasticamente a paisagem urbana de uma cidade que não primava pela monumentalidade, deambulará também por esses outros territórios, fazendo o percurso dos tapetes de pedra que representam a água, enquanto metáfora do chão que pisamos e do mar que nos une.

Palestra
15 de abril | 17h | M/12 
Sala Ogival
Entrada gratuita

Organização
Associação da Calçada Portuguesa